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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cavalgada pelo resgate da cultura de um povo

Por Emerson Scheis

A região das Missões, no Rio Grande do Sul, conserva uma das mais ricas culturas do país. Toda a trajetória do povo gaúcho, desde seus primórdios até os dias atuais, já foi contada e revista por historiadores de diversas partes do Brasil, devido ao grande número de elementos e, principalmente, pela conservação de símbolos culturais que mantêm viva a chama de sua essência.


Cavaleiros no Assunção de Ijuí
 Com o objetivo de resgatar a história guaranítica dos Sete Povos das Missões, além de enaltecer os aspectos da cultura gaúcha, três são-luizenses resolveram unir o tradicionalismo, a preservação do meio ambiente e o resgate do passado para organizar um evento de proporções regionais. Para isso, foi utilizado um modelo de confraternização usado desde 2001, na tradicional Trilha dos Santos Mártires (caminhada que reúne fiéis da Igreja Católica para agradecer às graças alcançadas perfazendo o mesmo caminho que os mártires de Caaró teriam percorrido): a Cavalgada na Trilha dos Santos Mártires, que teve sua primeira edição em 2010.
A 2ª Cavalgada na Trilha dos Santos Mártires das Missões reuniu centenas de cavaleiros de municípios da região, que percorreram cerca de 170 km em uma semana. O trajeto iniciou no Passo do Padre, em São Nicolau, seguindo para Pirapó, São Pedro do Butiá, Rolador, Caibaté, até, finalmente, ao Santuário do Caaró.

A Cavalgada em São Pedro do Butiá

Os idealizadores do evento, Nelson Morais (coordenador), Edison Lisboa (secretário executivo e representante da Associação de Proteção Ambiental do Rio Piratini), e Sérgio Venturini (presidente da Associação Amigos da Trilha dos Santos Mártires das Missões), relataram as características e os objetivos da edição deste ano, de 30 de abril a 7 de maio.

Na chegada a Caaró
 Segundo Nelson Morais, a Cavalgada divulga a cultura das Missões, considerando o fato de que aqui nasceu a história do Rio Grande do Sul, após o ingresso dos jesuítas espanhóis, em 1962, os quais fundaram São Nicolau do Piratini, primeiro povoado de população permanente do Estado. A ideia da Cavalgada surgiu a partir da trilha a pé, realizada desde 2001, sempre na segunda semana do mês de novembro, período que lembra o assassinato dos padres jesuítas que fundaram as primeiras reduções nas Missões. A 2ª Cavalgada na Trilha dos Santos Mártires teve três metas definidas: divulgar a cultura indígena da região, o tradicionalismo e a preservação ambiental.

Edison Lisboa ressaltou que, durante a Cavalgada, foram ministradas palestras sobre a preservação ambiental, bem como o recolhimento de lixo encontrado na trilha e também o plantio de mudas nativas. Segundo Edison, na primeira edição, foram plantadas cerca de 420 mudas de Ipê Roxo. No evento deste ano, foram 120 mudas de árvores nativas, provenientes do Horto Florestal, de São Luiz Gonzaga, fornecidas com o apoio da Secretaria da Agricultura do município.



O plantio de mudas realizado pelo caminho
 O historiador Sérgio Venturini destacou que a Associação Amigos da Trilha dos Santos Mártires das Missões é uma entidade sem fins lucrativos, criada em assembleia realizada no Balneário Cachoeirão, junto ao Salto Pirapó (Rio Ijuí), no dia 6 de abril de 2002. Nelson Morais enfatizou que, para integrar o grupo da Cavalgada, cada integrante apenas arcou com as despesas pessoais e do seu animal. Além disso, equipes de apoio e escolta da Brigada Militar garantiram a segurança dos cavaleiros, proporcionando que o evento, grandioso desde sua primeira edição, tornasse um roteiro turístico essencial para cada um que queira aventurar-se pela história das Missões.

Crédito das fotos: Edison Lisboa

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